O projeto do “novo centro”, apresentado oficialmente na última segunda-feira pela Prefeitura em conjunto com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), promoverá uma ampla valorização imobiliária da região, considerada hoje um dos pontos mais degradados da Cidade. A perspectiva de revitalização da área, comprometida pelo conflito entre veículos e trens, ganhará novos ares com a eliminação da cancela, implantação de praças e criação de espaços para empreendimentos comerciais. Corretores consultados pela reportagem de O Diário estimam uma valorização média entre 20% e 30%, depois que as obras forem concluídas. Avaliações mais otimistas ainda indicam que os preços podem alcançar crescimento superior a 50%.
O diretor corporativo da Geoimovel, Marcelo Molari, conta que a empresa realizou uma pesquisa imobiliária, como parte de um estudo encomendado pelo Metrô de São Paulo, e identificou uma valorização real de 25% no valor dos imóveis depois que as estações paulistas começaram a funcionar. O levantamento foi realizado antes, no decorrer, e após as obras. A Linha Amarela é a mais nova e mais moderna do sistema metroferroviário paulista e corta regiões importantes da Capital, como as avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima. Em entrevista a O Diário, Molari estimou uma valorização semelhante para a área central de Mogi.
Marcelo Molari afirma que todas as intervenções previstas para o entorno da estação central, com a criação de áreas verdes e organização do trânsito, deverão influenciar o preço dos imóveis na região. Ele avalia que a instalação de novos empreendimentos comerciais, cujos espaços já estão previstos no projeto, também deverão contribuir para isso: “A grande revitalização prevista para aquela região – inclusive com a organização do transito e construção de novos pontos comerciais, como um novo shopping – deverá promover uma valorização entre 20% e 25%”, estimou.
O subdelegado do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci) do Alto Tiete e vice-presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, Roberto Najar, fez previsões parecidas, com a estimativa de valorização de até 30% da área do novo centro. “Para Mogi das Cruzes o projeto é bom. Já passou da hora de haver mudanças naquela área, que é a porta de entrada de quem chega à Cidade, pela Cabo Diogo Oliver. Será bom para todos; para os comerciantes, para a população. E, sem dúvida, haverá uma valorização. Eu calculo que o crescimento deve girar entre 20% e 30% no caso dos imóveis comerciais”.
O diretor do Creci e advogado Joaquim Paixão acredita que, dependendo do imóvel, a valorização pode ser ainda maior, chegando a até 60%. “Todas essas obras previstas, com o recuo da estação e a construção da passagem subterranea, vão possibilitar um maior fluxo de carros no local. As pessoas evitam aquela região atualmente, porque o transito é muito desordenado. Com a conclusão do projeto, teremos uma nova cara e se houver um espaço bem saneado e bem arrumado, não há duvida de que haverá atração de novos investidores e consequentemente a valorização imobiliária. Acredito que poder chegar a 60%”.
O corretor Denílson Cruz afirma que ainda é cedo para estimar o percentual exato do possível crescimento no valor dos imóveis. Porém, para ele, o crescimento é certo em razão das mudanças visuais e da melhoria das condições de infraestrutura que serão criadas no local: “É óbvio que esse novo projeto vai valorizar a região porque tudo vai ficar mais bonito e novos investidores serão atraídos. Então, a tendência é de valorização. Só não dá ainda para dizer de quanto será. Pode ser 50%, pode ser 100%, até 200%. Nestes casos, o céu é o limite”.
Já o empresário Eduardo Gomes fez previsões menos otimistas. Ele afirmou que o projeto anunciado nesta semana significará um grande ganho na organização do centro mogiano. Porém, ele não acredita que haverá valorização imobiliária na região. “A área central já é extremamente valorizada. O metro quadrado chega a custar até R$ 3 mil. Não é possível valorizar mais”, destacou.
JULIA GUIMARÃES
Fonte: Diario de Mogi