Depois de um quadro de recessão nos últimos anos, 2018 começou com grandes expectativas de crescimento para o mercado imobiliário baiano. Após um ano à frente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Cláudio Cunha foi eleito anteontem para comandar a entidade pelo próximo biênio. Determinado a aproveitar o momento de retomada do mercado, ele espera que o aumento dos negócios de imóveis será impulsionado pelo lançamento de sete mil novas unidades habitacionais no estado até o fim do ano, mas alerta que o m² pode ficar até 30% mais caro. Confira a entrevista concedida por ele ao CORREIO.
Ao assumir a presidência da Ademi no início do ano passado, qual o principal obstáculo que encontrou?
Um mercado inseguro e instável e um consumidor receoso. Mudar esse quadro foi o nosso primeiro desafio. Buscamos mostrar ao longo do ano a união dessa associação de classe, estreitamos o diálogo com o poder público e as entidades produtivas, através da formulação do PDDU e do Salvador 360, do fomento às ações de integração como a Semana da Sustentabilidade e o Prêmio Ademi, além de campanha junto a instituições sociais como as Obras Sociais Irmã Dulce.
Do ponto de vista comercial, qual foi a principal articulação da Ademi ao longo do último ano?
Buscamos fortalecer os eventos que aquecem as negociações no intuito de liquidar a nossa conta de encalhe, sobretudo com a Semana do M², no primeiro semestre, e com o Salão do Imóvel, no segundo. Em 2017, fechamos o ano com 3.130 unidades novas ainda disponíveis, o que é um avanço enorme, se comparado ao contingente de 17 mil unidades que tínhamos há cinco anos. E a tendência é que esse quadro de recuperação permaneça ao longo dos próximos meses e, depois das eleições, em outubro, o mercado deve deslanchar.
A Ademi estima o quanto o mercado vai crescer este ano? O m² voltará a ficar mais valorizado?
Estamos prevendo um avanço tímido, por enquanto, algo em torno de 7% ao fim dos 12 meses. Começamos o ano com o crédito mais acessível e a taxa de juros mais baixa, isso dá confiança ao investidor e também atrai o consumidor. Com os incentivos que estamos buscando junto ao poder público para que a construção volte a produzir, somado ao desabastecimento de unidades disponíveis, acredito que até final do ano a Bahia deve receber sete mil novas unidades. Em paralelo, entre 2018 e 2019, o m² deve experimentar um aumento de até 30%, isso em termos da linha de médio padrão. Isso significa que o imóvel deve ficar cerca de R$ 40 mil mais caro, por isso essa é a hora de aproveitar para comprar com os valores mais baixos.
Há quem aposte no fim dos grandes condomínios ao fim das unidades que estão encalhadas, você concorda?
Acredito que há público para todos os tipos de empreendimento e é por isso que já começamos a dialogar sobre a possibilidade de empreendimentos mais segmentados, para contemplar as novas formações familiares, a população que está vivendo mais e por isso precisa de mais comodidade, e mesmo tipos de construções que são voltadas diretamente para quem só busca investir. É uma nova proposta com empreendimentos tematizados, mas que mostra às empresas do mercado, que é preciso capacitar, qualificar e entender o que o consumidor está demandando para movimentar o mercado.
Fonte: Correio 24 Horas