A Polícia Civil deflagrou uma operação nacional para desarticular uma quadrilha especializada no golpe do falso financiamento imobiliário. A estimativa é de que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 500 milhões, enganando vítimas em vários estados do país.
Ao todo, 12 pessoas foram presas e 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em nove estados brasileiros, incluindo São Paulo, Amazonas, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Paraná. Entre os presos estão um homem e uma mulher apontados como líderes da organização, capturados em Eusébio (CE).
Como funcionava o golpe do falso financiamento imobiliário
Segundo as investigações, iniciadas em janeiro de 2023, o esquema utilizava uma estratégia sofisticada para enganar as vítimas:
- O grupo alugava salas em coworkings e criava empresas de fachada que simulavam ser financeiras legítimas;
- Anúncios falsos eram divulgados em redes sociais e plataformas online, oferecendo financiamentos imobiliários e consórcios vantajosos;
- As vítimas eram levadas a escritórios onde assinavam contratos falsos e realizavam pagamentos de “entrada”;
- Após o depósito, os golpistas simplesmente desapareciam, deixando os consumidores sem dinheiro e sem o imóvel prometido.
Em alguns casos, o grupo também utilizava call centers clandestinos para atrair interessados e tinha funcionários treinados, com metas de captação e comissionamento sobre os valores arrecadados.
Estrutura criminosa
A PCPR identificou que a quadrilha operava com pelo menos cinco empresas de fachada, sistemas digitais e grupos de mensagens. A atuação se espalhava por estados como Paraná, Amazonas, Ceará, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Quando o esquema começava a levantar suspeitas, os criminosos encerravam o escritório e sumiam, dificultando a localização das vítimas.
Na operação desta semana, além das prisões, foram apreendidos celulares, documentos e R$ 60 mil em espécie.
Três fases da investigação
- Janeiro de 2023 (Curitiba) – Quatro pessoas foram presas em flagrante e 15 levadas para prestar esclarecimentos.
- Março de 2024 (Amazonas e Tocantins) – Cinco prisões, com apreensão de celulares e computadores que ajudaram a identificar os líderes.
- Agosto de 2024 (9 estados) – Prisão de 12 integrantes, incluindo os principais chefes do grupo.
Com essa terceira fase, já são 21 prisões confirmadas relacionadas ao caso.
Como se proteger de golpes imobiliários
Casos como este reforçam a importância de verificar a idoneidade da empresa antes de fechar qualquer contrato de financiamento ou consórcio. Veja algumas dicas práticas:
- Sempre confira o CNPJ da empresa e se ela é autorizada pelo Banco Central a operar crédito;
- Desconfie de condições muito vantajosas ou prazos extremamente curtos para pagamento da entrada;
- Nunca realize depósitos antes de confirmar a legitimidade da instituição;
- Procure consultar o histórico da empresa em órgãos de defesa do consumidor, como Procon e Reclame Aqui.
O caso do falso financiamento imobiliário mostra como golpes podem atingir grandes proporções no mercado, explorando o sonho da casa própria. A ação da Polícia Civil é um passo importante para desarticular esse tipo de esquema, mas os consumidores também precisam estar atentos para não cair em armadilhas.
⚠ Atenção redobrada!
Com o aumento dos golpes no mercado imobiliário, é fundamental que compradores e locatários verifiquem sempre se o profissional está inscrito no Creci e se realmente faz parte da imobiliária ou empresa anunciada.
E lembre-se: para garantir segurança em todo o processo, sempre consulte e negocie com um corretor de imóveis devidamente credenciado. Isso evita riscos e assegura que sua negociação seja transparente e dentro da lei.
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