Negociado pela metade do valor, transação de imóvel chamou atenção. Polícia Civil suspeita que homem tenha feito outras vítimas na cidade.
Um falso corretor de imóveis foi preso em flagrante por suspeita de estelionato na tarde desta sexta-feira (4), em São José dos Campos (SP), ao tentar aplicar um golpe na irmã de uma escrivão da Polícia Civil. O suspeito tentou vender um apartamento à vítima e foi surpreendido pelos policiais no momento em que concretizava o negócio.
Durante o flagrante, a supervisora de vendas Raquel da Silva Bogas, de 30 anos, fazia o pagamento de R$ 1 mil exigido pelo suspeito para o custeio de taxas relacionadas à documentação de compra do suposto imóvel. De acordo com a polícia, o homem, de 27 anos, se apresentou ilegalmente como corretor de uma empresa do setor imobiliário da cidade.
O apartamento que ele tentou vender à vítima está em obras e fica no Jardim Oriente, zona sul da cidade. O imóvel foi oferecido por R$ 130 mil – metade do valor médio de mercado de unidades do mesmo padrão na região. O fato despertou a desconfiança do irmão da vítima, que é escrivão da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
A supervisora de vendas contou ao G1 que a negociação com o falso corretor começou em novembro do ano passado e que o primeiro contato teria sido feito por meio de uma rede social, já que suspeito e vítima eram conhecidos. Eles trabalharam juntos por dois anos.
Ao saber do interesse da supervisora de vendas na compra de uma casa, o suspeito agendou uma visita ao empreendimento e eles deram início à transação. Segundo a polícia, e-mails e documentos encontrados em um computador apreendido comprovam a fraude.
“No começo ele agiu normalmente e sabia tirar todas as dúvidas que eu tinha. Me senti segura para fazer o negócio. Só fui procurar a construtora porque meu irmão achou que o valor do apartamento estava baixo demais”, contou Raquel.
Estelionato
Ao fazer um contato com a construtora Reflora, em dezembro, Raquel recebeu o retorno de um corretor da empresa com a informação de que o apartamento era vendido a R$ 216 mil e que o prazo de entrega também era diferente do informado pelo falso corretor.
Além disso, ela checou com o banco que nenhum documento referente financiamento do imóvel havia sido protocolado.
Com a investigação da polícia já em curso, ela prosseguiu com a negociação. “Eu questionei ele sobre esse preço e ele me contou uma história que a construtora devia um dinheiro e ele e tinha repassado esses apartamentos como pagamento. Ele estava revendendo mais barato por isso”, explicou Raquel.
No total, ele pediu R$ 6 mil de sinal em duas vezes – R$ 1 mil da documentação e R$ 5 mil antes do financiamento com o banco.
Outro indício do golpe foi percebido quando a vítima viu o contrato de compra do imóvel. “Estava faltando vários dados, mal feito mesmo. Eu fui pedindo para que o contrato detalhasse melhor a transação e tudo foi sendo feito prontamente. Achei estranho”, disse.
Para o delegado Régis Germano, responsável pela investigação do caso, a suspeito é que o acusado tenha feito pelo menos mais três vítimas. “Pela descrição que temos de outros três casos semelhantes, é a mesma pessoa. Convoquei as vítimas para fazer o reconhecimento”, afirmou.
Inquérito
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil e o acusado deve responder por estelionato e exercício ilegal da profissão, já que não possui registro profissional (Creci) para atuar no ramo. Se condenado, a pena pode chegar a cinco anos de reclusão. O suspeito vai ser levado para a cadeia de Caçapava.
De acordo com o representante da construtora Reflora, Victório Eugênio Jordán, a empresa vai colaborar com a investigação. “O que já sabemos é que esse rapaz (suspeito), nos mandou email em outubro pedindo informações deste empreendimento que ele tentou vender. Por enquanto só a Raquel nos procurou se dizendo vítima do golpe”, disse.
Por: Suellen Fernandes
Fonte: G1
“Este falso corretor, acabou depreciando uma classe inteira com suas atitudes e praticas incabiveis com a profissão, espero que a policia o proprio creci atuem na fiscalização e punição deste mau elementos da sociedade”
Claudio Rocha creci 3201/RN
infelizmente existe essas coisas no nosso ramo imobiliário, isso faz com que corretores de verdade que são profissionais lícitos fiquem mau vistos por seus clientes. Isso tem que acabar mesmo..
Judson Carvalho creci 5133/PE
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