Soluções econômicas ainda ajudam, de quebra, a poupar a natureza
Placas para captação da energia solar já
são realidade em grande parte dos edifícios
residenciais e públicos de Belo Horizonte
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Os custos para manutenção de um condomínio estão cada vez mais altos. Grandes atitudes e pequenos procedimentos podem fazer a diferença na hora de cotizar os gastos. O primeiro passo diz respeito à conscientização dos condôminos e ao convencimento de que algumas obras ou intervenções podem significar um bolso mais vazio, mas a colheita de frutos em pouco tempo.
Água, energia elétrica, gasto com pessoal, material de limpeza, segurança. Tudo isso está incorporado nas taxas condominiais. Estudar caso a caso e procurar soluções, com várias opções a serem aprovadas em assembleia, sempre resulta em economia, segundo o presidente do Sindicato dos Condomínios (Sindicon), Carlos Eduardo Alves de Queiroz. Ele lembra que a data-base dos empregados em condomínios é 1º de setembro e vem aí mais custos no boleto do morador.
Com algumas medidas, a economia é significativa no fim do mês. Uma delas é a instalação de hidrômetros individuais, já regulamentada em Belo Horizonte. Entretanto, é preciso estar atento. De acordo com o presidente do Sindicon, há empresas privadas que fazem o serviço, porém, caso o morador se torne inadimplente, o condomínio tem que assumir a dívida. O equipamento custa em torno de R$ 700 e o contratante do serviço paga mais R$ 8 pela emissão do boleto bancário. Algumas empresas chegam a instalar softwares que monitoram o gasto de água por apartamento e cobram o condomínio proporcional. A utilização de água de chuva para lavagem de áreas comuns e irrigação de jardins é também uma alternativa que vai engordar o caixa.
MANUTENÇÃO
A modernização dos elevadores, outro item que puxa os custos para cima, pode garantir uma economia de 20%, segundo estudos do Sindicon. Para tanto, é preciso fazer troca de motores, aterramento para proteção do equipamento e chamadas digitais. É um equipamento caro, mas evita gastos constantes com manutenção, aquisição de novas peças, sem contar a energia. Ao contrário do que se pensa, desligar alguns elevadores em determinados períodos do dia ou da noite não economiza energia. “A chamada é digital e atende o acionamento, independentemente de se ter um ou dois equipamentos funcionando”, afirma Carlos Eduardo. “Isso no caso de prédios onde os botões de chamada são integrados – um só por andar, para todos os elevadores”, acrescenta.
A energia solar pode substituir a elétrica em banheiros, cozinhas e áreas de serviço, com grande economia no fim do mês. Em Belo Horizonte – que já foi considerada a capital com maior número de prédios que utilizam esse equipamento –, o aquecimento solar pode ser encontrado em edifícios residenciais e órgãos públicos.
A manutenção do prédio é essencial. Deixar fachadas descascando, pastilhas ou ladrilhos descolando pode gerar acidentes e notificações da prefeitura, elevando os gastos. O ideal é que as reformas ocorram em intervalos máximos de 10 anos.
Mudança de atitude
Reaproveitamento de material, reciclagem de lixo, opções de energia e uso racional da água podem fazer toda a diferença nas contas e na manutenção do condomínio
A consciência é o principal fator de economia para quem vive em condomínios. Separar os materiais recicláveis ou sujeitos a reaproveitamento no lixo doméstico, evitar vazamento de óleo nas garagens, fazer manutenção permanente das redes hidráulica e elétrica podem evitar gastos futuros ou inesperados, segundo o síndico Elimar Gonçalves, do Edifício Sandra, no Bairro União.
O presidente do Sindicon,
Carlos Eduardo Queiroz, diz que
bom senso ajuda a encontrar
alternativas para manter um
edifício em ordem
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Belo Horizonte sempre foi conhecida como cidade das nascentes. São inúmeras as minas d’água em terrenos por toda a cidade. Muitas pessoas, ao passarem diante de algum prédio, já viram um cano jorrando água limpa para a boca de lobo mais próxima. “Em muitos casos, trata-se de minas sendo esvaziadas, mas que poderiam estar substituindo a água fornecida pelo setor público e diminuindo os custos de manutenção e limpeza em áreas comuns dos prédios”, afirma Carlos Eduardo Queiroz, presidente do Sindicato dos Condomínios (Sindicon).
Há outros que optam por poços artesianos, como o Edifício Nereu de Almeida, na Rua Guarani, no Centro de Belo Horizonte. Muitos prédios antigos contam com esse equipamento, uma vez que a falta de água na cidade era comum até os anos 1970. O Mercado Central, ponto turístico da capital, utiliza, há muito tempo, água de chuva para limpeza de áreas comuns.
O presidente do Sindicon apela para o bom senso das pessoas e sugere aos síndicos que elaborem projetos de reforma, manutenção ou de compra de equipamentos com várias alternativas. Eles devem também levar planilhas de custos às assembleias de seus condomínios e formar comissão para acompanhar a execução das propostas. “É preciso convencer os moradores de que alguns gastos significam economia constante no condomínio. Adquirir novos equipamentos, mais modernos e econômicos, pode fazer a diferença.”
LANÇAMENTO
Bombas submersas vibratórias
podem puxar 8 mil litros/dia de
água usando a energia solar
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Uma novidade nesse mercado é a bomba submersa vibratória, destinada ao abastecimento de água para poços, reservatórios e cisternas, acionada por energia solar, que está sendo lançada pela Indústria de Motores Anauger, de São Bernardo do Campo (SP). O produto funciona por meio de células fotovoltaicas, tecnologia que proporciona mais vazão, com menor potência. Em dias ensolarados, ela é capaz de bombear, em média, 8 mil litros/dia de água para os mais diversos fins, em parques, clubes, praias, condomínios residenciais e comerciais, além de sítios, chácaras e fazendas.
Segundo o diretor comercial da empresa, Marco Aurélio Gimenez, “é um produto que promete revolucionar o mercado”. A bomba dispensa o uso de bateria, o que permite água contínua enquanto houver luz solar.
Coleta seletiva
Para preparar o condomínio para a coleta seletiva, devem-se colocar algumas questões para a assembleia. É bom lembrar que existem empresas que prestam consultoria para a implantação de programa de reciclagem nos prédios:
» O lixo reciclável deverá ser separado por material ou apenas do lixo orgânico?
» Como essa separação será feita?
» Os funcionários do condomínio vão retirar o material reciclado dos apartamentos ou haverá uma lixeira grande, separada por material?
» Onde o lixo reciclável vai ser acondicionado até ser coletado?
» Quem vai fazer a retirada do lixo seletivo do condomínio?
» Há também empresas que prestam consultoria para o condomínio implantar um programa de reciclagem
Fonte: sindiconet.com.br
Elian Guimarães – Estado de Minas