Comprar imóvel em Miami pode custar a metade que no Rio de Janeiro

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Mesmo com a alta do dólar, preços bem mais em conta e juros muito baixos aumentam a atratividade da cidade americana

Cada vez mais brasileiros compram imóveis em Miami, nos Estados Unidos. Segundo informações da consultoria imobiliária Elite International Realty, no ano passado, 12% dos imóveis comercializados para estrangeiros na cidade foram adquiridos por brasileiros, que ficaram atrás apenas dos venezuelanos, com 17%. A previsão é que, neste ano, os brasileiros assumam o primeiro lugar do ranking

O motivo da intensa procura por uma das cidades de praia mais famosas dos Estados Unidos é o preço. De acordo com a consultoria, o metro quadrado em uma área nobre de Miami custa, em média, US$ 5 mil. Já no Brasil, um imóvel no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, é ofertado para venda, segundo o índice FipeZap, por em média R$ 18.332 – ou pouco mais de US$ 9 mil.

A consultoria informa ainda que os juros também são mais baixos nos Estados Unido. Pessoas com bom perfil de crédito podem encontrar juros a partir de 3,5% ao ano. Já no Brasil o custo efetivo total do crédito deverá ser superior a 10% ao ano. “Com os preços dos imóveis em alta no Brasil, o mercado imobiliário americano acaba se tornando uma boa oportunidade de negócio”, comenta o diretor-presidente da Elite, Leo Ickowicz.

Investimento ou lazer?

Na opinião do presidente de relações para o Brasil da NAR (National Association of Realtors) – associação que representa os corretores de imóveis nos EUA -, Marco Fonseca, mesmo com a ligeira alta do dólar, os preços dos imóveis em Miami continuam atraentes para o público brasileiro, tanto para quem quer um imóvel para investir como para quem procura um endereço de veraneio.

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“O nosso mercado ainda está se recuperando de um declínio acentuado que sentimos a partir de meados de 2007, logo após o fim dos financiamentos “subprime” e o estouro da bolha criada pelo sistema financeiro. (…) Inclusive, hoje, há financiamentos para estrangeiros em condições bem mais fáceis do que para o próprio americano, com planos com entrada a partir de 30% e juros desde 3,5%. Há opções para todos os gostos e todas elas muito atraentes”, diz.

Fonseca, contudo, faz uma ressalva: para ele, quem procura um imóvel para investimento deve optar por apartamentos, visto que estes são mais fáceis de administrar à distância.

Ao contrário de Fonseca, o diretor de comercialização e marketing do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) e dono da Imobiliária Century 21 Conde (que trabalha com imóveis nos EUA), Antônio Conde, acredita que o momento não é bom para a compra de um imóvel a título de investimento, especialmente em Miami, visto que os preços já estão equilibrados.

“A título de investimento, sobretudo em Miami, não é um bom negócio, pois estes imóveis não vão dobrar de preço (…) Nova York, São Francisco e Chicago são opções melhores neste sentido. Entretanto, as condições destes mercados são diferentes, os preços são maiores”, explica.

Já se a intenção é lucrar com aluguéis, completa Conde, a compra pode ser uma boa opção. Porém, lembra ele, quem tem esta intenção deve observar as regras dos condomínios, visto que alguns só permitem a locação duas vezes ao ano e por períodos predeterminados.

Imóveis

Ainda segundo o especialista do Secovi-SP, a maior parte dos brasileiros que busca imóveis em Miami prefere primeiro conhecer o local como turista e acabam se encantando com a cidade. Geralmente, diz ele, essas pessoas buscam uma casa para passear com a família nas férias ou se mudar após a aposentadoria.

No geral, informa a Elite International Realty, os imóveis oferecidos giram entre US$ 200 mil e US$ 10 milhões, sendo que a busca de brasileiros por imóveis em Miami, nos Estados Unidos, é tamanha que as incorporadoras já adotam modelos exclusivos para agradar aos compradores vindos do país.

Uma das adaptações ao gosto dos brasileiros foi o lançamento de prédios com uma residência por andar – algo incomum no mercado norte-americano. Outra característica que atrai os brasileiros são vagas de garagem localizadas na altura do apartamento, como é caso do Porsche Design (foto), localizado na praia de Sunny Isles, com preço a partir de US$ 3,9 milhões.

Independentemente do motivo da compra, vale lembrar, que ao comprar um imóvel no exterior, o cuidado deve ser redobrado. “Não só o brasileiro, mas o comprador estrangeiro, por estar fazendo negócios fora de seu país deve procurar esclarecimento legal e contábil. O ideal é utilizar um profissional na área de imóveis que possa guiá-lo por todo o processo, inclusive indicando profissionais que possam auxiliá-lo não só nas áreas legais e contábeis, mas também que possa colocá-los em contato com profissionais de financiamento, designers, construtores, entre outros”, finaliza Fonseca.

Por Gladys Ferraz Magalhães

Fonte: InfoMoney

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