Casa própria continua sendo o grande sonho de consumo. Até para quem já tem uma quitada

Desde que o potencial econômico de Pernambuco despontou e tornou-se celeiro de grandes investimentos, o setor habitacional do Estado ampliou para atender uma demanda que só tem perspectivas de aumentar. Dados contidos numa pesquisa que analisou a pretensão dos recifenses em adquirir imóveis, dão conta de que 28% dos entrevistados têm interesse de comprar um imóvel em até um ano. Desse total, 57,3% querem comprar casas e 26,4% preferem adquirir apartamentos. Ter uma segunda residência é a pretensão de 48,9% dos consultados. O curioso é que 70% dessas pessoas já possuem uma habitação quitada.

Segundo o economista do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), responsável pela pesquisa, Djalma Silva Guimarães Júnior, o aquecimento do mercado imobiliário e, consequentemente, a procura do consumidor por novos imóveis estão diretamente ligados ao aumento da renda e o crescimento da economia nacional e local. O pesquisador garante que essa afirmação pode ser constatada a partir do movimento dos contratos de financiamentos para a aquisição do imóvel próprio. Essa facilidade é utilizada, principalmente, pelas classes C e D, parcela da população que a pesquisa aponta como responsável por 50% da demanda atual de compra de imóveis no Estado.

“As empresas devem estar atentas ao que esse público deseja. Pois, se pensarmos em termos quantitativos, eles representam a maior parte da população. Como o Brasil tem uma renda concentrada, isso não é proporcional. No entanto, a participação desses grupos no consumo já é comemorado por vários segmentos empresariais, que percebem o aumento do número de consumidores e vê a economia crescer”, comentou Djalma Guimarães.

Apesar das classes de renda mais baixa representarem um grande número de usuários do segmento imobiliário, o crescimento do mercado habitacional foi gerado por todos os segmentos. Para o economista, a tendência é que, pelo menos nos próximos três anos, o mercado imobiliário continue bem aquecido. “Cerca de 47% das intenções de compra que nós registramos, só estão previstas para os próximos dois anos. Esse período significa curto prazo, em termos de construção civil”, explicou o economista.

A pesquisa ainda aponta que 3,7% da população paga a moradia por meio de financiamentos e que 25,2% vive de aluguel. Em relação à compra de imóveis, o relatório constata que o consumidor prefere imóveis novos. Quando sua intenção de compra é por imóveis usados, o consumidor opta por aqueles com menor tempo de uso. Outro dado relevante está relacionado à estratégia de negociação: cerca de 36,7% preferem contatar o proprietário, enquanto uma porção menor (6,8%) entra em contato com a imobiliária ou procura o imóvel pela internet.

De acordo com Djalma  Guimarães, essa pesquisa, inédita até então no Estado, é um serviço de grande utilidade, sobretudo para as empresas que trabalham em função deste mercado em expansão. “A partir dessas informações, as empresas podem formular novas estratégias para se aproximar do público”, concluiu. O IPMN pretende acompanhar o mercado e realizar um nova pesquisa no próximo trimestre.

PERFIL

Durante a elaboração da pesquisa, que entrevistou 818 pessoas de todos os níveis sociais, observou-se que as casas são os tipos de imóveis preferidos da classa C, os apartamentos são a principal opção da classe média. Já as casas de praia e de campo são desejos da classe A para a segunda moradia.

De modo geral, entretanto, o perfil da nova habitação procurada pelo público recifense tem três quartos, dois banheiros e uma vaga na garagem. Quanto às regiões com maior índice de preferência estão Boa Viagem e Casa Forte, somando 11,2% das intenções. No entanto, merece destaque o bairro de Casa Amarela, com 6,9%.

Marcela Alves

Fonte: Folha de Pernambuco 

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