Aumenta a procura de espaços por grandes empresas

Fundos imobiliários estão suprindo recursos

Das 36 ofertas de ações em 2010, dez foram via fundos. Já existem 52 listados na Bovespa

A necessidade de grandes empresas expandirem seus negócios gerou uma demanda muito forte por espaços comerciais nos últimos anos. Fato esse que fez aumentar os fundos de investimentos no setor imobiliário. Das 36 ofertas públicas de ações realizadas no ano passado, dez foram de operações de fundos imobiliários e já existem 52 fundos deste tipo listados na Bovespa.

Um dos players que tem surgido com força é o a empresa de investimentos TRX Realty – companhia criada através de uma joint venture entre a gestora de recursos Orbe Investimentos e a incorporadora e construtora Tamiz Engenharia – que atua no setor de terceirização de ativos imobiliários corporativos, ou seja, gere imóveis locados para grandes empresas.

Áreas de operações

Luiz Augusto Amaral, um dos sócios da TRX Realty, em café da manhã com investidores no Rio de Janeiro, sinalizou que a empresa vai começar a investir em parques logísticos no final deste ano, aproveitando a boa perspectiva para o próximo ano.

Atualmente a gestora nas operações atua: Built to Suit, quando o imóvel é construído para atender os interesses do locatário; Sale Lease Back, quando o fundo compra o imóvel da empresa e realuga para a própria empresa, liberando caixa para a empresa investir no seu negócio; e em condomínios modulares, que são compostos por galpões com espaços modulares.

Logística

Os investimentos em empreendimentos logísticos vêm crescendo a cada ano em todo o país, com destaque para as regiões Sul e Sudeste. Recentemente, o fortalecimento de novos mercados consumidores e de pontos de escoamento da produção fora do tradicional eixo Rio – São Paulo tem atraído grande parte dos novos investimentos em galpões industriais e logísticos, e desta forma contribuído para o aquecimento da demanda nestas regiões. Este fato é resultado do aumento da renda da população brasileira e de políticas governamentais que visam fomentar o desenvolvimento em outras regiões do país.

A companhia destaca as políticas governamentais que visam fomentar a instalação de indústrias e atrair investimentos em diferentes regiões brasileiras, principalmente no Nordeste. Atualmente os maiores gargalos do desenvolvimento são infra-estrutura precária e a falta de espaços logísticos que comportem este atual crescimento. Como conseqüência, a expectativa é que o número de empreendimentos com características industriais e logísticas dobre apenas este ano. Salvador, com Pólo Petroquímico de Camaçari, e Recife, com o Porto de Suape, são exemplos claros do desenvolvimento desta região.

Para os investidores a empresa tem fundos de desenvolvimento (FIPs), que investem nas operações de Built to Suit, que têm o ganho da alavancagem e do desenvolvimento imobiliário; fundos de renda (FIIs), com o objetivo de pagar dividendos recorrentes e Securitização Imobiliária, com emissão de cédulas de crédito imobiliários.

Mercado carioca

De acordo com a companhia, o eixo Rio-São Paulo é onde está a maioria do seu portfólio, mas os estados de outras regiões do país têm apresentado potencial muito grande de crescimento. Por exemplo, 21% dos empreendimentos estão no Estado da Bahia. No Rio de Janeiro, os grandes eventos podem ampliar a demanda, mas não deve mudar o tipo do empreendimento investido pela TRX.

“Nos próximos três meses devemos fechar algumas operações no RJ. Não estamos com planos especificamente para a Copa e para as Olimpíadas, mas, em decorrência dos eventos o mercado se aquece e podemos receber novas demandas”, disse Vitor Alves Sztejnsznajd, gerente de relações com investidores da TRX Realty.

Rentabilidade dos fundos

Em três anos, a empresa acumula o volume de R$ 185 milhões de capital já alocado, distribuídos em cinco fundos de investimento, formando um portfolio superior a R$ 400 milhões. Hoje, são mais de 900 investidores e mais de R$ 600 milhões comprometidos e disponíveis para novos investimentos.

O TRXL11 é um dos fundos imobiliários mais líquidos do mercado, com negociação em quase todos os dias. O fundo que atualmente está com patrimônio liquido de aproximadamente R$ 41 milhões, possui R$ 160 milhões em patrimônio imobiliário, reforçando, mais uma vez, a tese de investimentos do fundo – formar o máximo de patrimônio imobiliário com o mínimo de capital comprometido. Em julho do ano passado a TRX lançou com o Morgan Stanley o fundo TRX Realty Logística Renda I – FII e captou cerca de R$ 89 milhões e diante da procura a companhia pretende fazer mais uma emissão.

Segundo dados da BMF&Bovespa, até 16 de junho deste ano, esses fundos tiveram maior rentabilidade quando comparados com as ações negociadas no mercado.

Também há baixa volatilidade em momentos de crise, como na de 2008 quando os fundos de investimento imobiliário (FIIs) permaneceram praticamente estáveis. Além disso, a valorização do valor das cotas no mercado de FII pagou em média, durante os primeiros meses do ano período, 30% em rendimentos. Entre 2008 e 2011, o ganho chegou a 90%.

Fonte: Monitor Mercantil

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