Nos últimos meses, o mercado imobiliário brasileiro passou por mudanças significativas que afetaram diretamente as condições de financiamento imobiliário, especialmente no Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Além das alterações no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), a redução dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também teve um grande impacto, já que é uma das principais fontes de financiamento habitacional no país.
O aumento das taxas de juros, impulsionado pela alta da Selic, teve efeitos significativos sobre a economia brasileira e, consequentemente, sobre o mercado imobiliário. Os bancos que financiam imóveis por meio do SFH começaram a sentir os impactos da redução dos recursos da poupança e do FGTS, o que afeta diretamente a quantidade de crédito disponível para os compradores.
Diante desse cenário, algumas instituições financeiras decidiram aumentar o valor exigido de entrada para os compradores de imóveis, visando garantir maior segurança financeira em meio à alta dos juros e à instabilidade econômica. As mudanças foram as seguintes:
- Sistema de Amortização Constante (SAC): Para quem opta por esse sistema de pagamento, a entrada passou de 20% para até 40% do valor do imóvel (exemplo: Itaú).
- Sistema Price: A entrada aumentou de 30% para 50% do valor do imóvel.
Essas alterações impactam diretamente o valor inicial necessário para a compra do imóvel, tornando o processo mais desafiador para muitos compradores.
O impacto das mudanças nas parcelas de financiamento
Além do aumento do valor de entrada, as mudanças também afetaram as parcelas dos financiamentos. Com a alta da Selic, a taxa de juros para o financiamento habitacional também subiu, o que significa que os consumidores terão que arcar com parcelas mais altas. Como a Selic é a taxa básica de juros da economia, ela influencia diretamente as taxas de financiamento imobiliário, pois os bancos utilizam essa taxa como referência para os juros dos empréstimos.
Apesar desse cenário, o financiamento imobiliário continua sendo uma alternativa viável para quem deseja adquirir um imóvel. Além disso, a portabilidade de crédito surge como uma possibilidade de renegociar as condições do financiamento, caso os juros voltem a cair no futuro.
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A portabilidade de crédito: Uma solução para renegociar financiamentos
Apesar da alta das taxas de juros e da exigência de maior entrada, há uma solução para quem já possui um financiamento ou está pensando em obter um. O conceito de portabilidade de crédito permite que o cliente renegocie a taxa de juros do seu financiamento, transferindo o saldo devedor de um banco para outro. Isso significa que a portabilidade só pode ser realizada entre instituições financeiras diferentes, e não dentro do mesmo banco.
Quando a taxa de juros da economia cai, no mercado imobiliário a portabilidade pode ser uma alternativa interessante para reduzir o impacto do aumento dos juros sobre as parcelas do financiamento imobiliário.
A escolha do banco para o financiamento imobiliário
Além da portabilidade, outro ponto importante é a escolha do banco para o financiamento. Alguns bancos privados têm se destacado no mercado imobiliário ao oferecer taxas de juros mais atrativas em comparação com outras instituições. A decisão sobre qual banco escolher pode fazer uma grande diferença no custo total do financiamento, especialmente num cenário de juros elevados.
Bancos como Bradesco, Itaú, Santander e BTG Pactual estão oferecendo condições competitivas para quem deseja financiar a compra de um imóvel. Esses bancos, em muitos casos, estão conseguindo oferecer taxas menores, mesmo com o aumento da Selic. A pesquisa de taxas e a comparação entre as instituições financeiras são fundamentais para obter as melhores condições para o financiamento imobiliário.
A expectativa do mercado imobiliário para 2025
Em 2025, o mercado imobiliário brasileiro ainda será impactado pelas mudanças nas condições de financiamento, pela alta da taxa de juros e pelas dificuldades econômicas globais. No entanto, o setor continua apresentando oportunidades, especialmente com a digitalização dos processos e o aumento da transparência nas transações imobiliárias.
Embora o cenário de 2025 seja mais desafiador, as perspectivas do mercado imobiliário continuam positivas, especialmente com o crescimento do setor e a adaptação dos consumidores às novas condições. Com informação correta e uma estratégia de financiamento bem planejada, ainda é possível conquistar a casa própria, mesmo em tempos de juros elevados.
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