Para compra, aluguel ou venda, curadoria de imóveis atende público que valoriza design, vista e área verde
No Tinder, um dos principais aplicativos de paquera, o usuário escolhe idade, gênero e raio de distância para encontrar possíveis parceiros. Quando dois perfis gostam um do outro, acontece o match. E aí começa a conversa. O problema do Tinder é que, para um match acontecer, é preciso antes passar por centenas de candidatos ou candidatas, e a maioria é dispensada.
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Procurar uma paquera não é tão diferente de procurar uma casa ou apartamento. Existem critérios básicos para avaliar a pessoa que está do outro lado do Tinder, assim como para avaliar aquele que será seu próximo lar.
Para facilitar a conexão entre o cliente e o imóvel, imobiliárias boutique começam a ganhar força no mercado imobiliário. Se a busca é por um apartamento em Higienópolis, com janelas amplas, área verde, projeto modernista, luz natural, rua tranquila e condomínio baixo, o corretor de uma dessas empresas saberá o que se encaixa na demanda.
José Eduardo Cazarin, fundador e CEO da Axpe, explica como o ramo de imóveis se especializou. “O mercado imobiliário era muito focado em atender o público tendo como parâmetros atributos básicos: bairro, faixa de preço, número de dormitórios, número de vagas. Escolhemos trabalhar para um público específico, que gosta de arquitetura, design e que costuma viajar”, diz. Imobiliárias boutique
No site da Axpe, é possível procurar imóveis prontos para venda ou locação, lançamentos, imóveis de praia, campo ou em outros países. Mas além dessas quatro grandes categorias, é possível filtrar por outras seis: Vintage, Arquitetura de Autor, Algo Especial, Mirante, Verdes e Descolados. Assim, se o foco de quem busca um apartamento para alugar é a vista, então a melhor categoria para a busca é “Mirante”.
Quando a Axpe surgiu, há 16 anos, a ideia de curadoria imobiliária ainda era recente e os imóveis que hoje compõem o catálogo de empresas boutique faziam parte dos catálogos de grandes imobiliárias, como explica o sócio-fundador e CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty (BNSIR), Marcello Romero. “Trabalhavam com todos os bairros e produtos de qualquer valor, começando com imóveis de R$ 300 mil e chegando a milhões. O fenômeno das boutiques veio para atender a um público mais seletivo”, explica.
Assim, o que há 16 anos era vanguarda, se proliferou. Com corretores especializados e treinados para agradar uma clientela exigente, vieram empresas como a já citada BNSIR, cujo tíquete mínimo dos imóveis fica entre R$ 18 mil a R$ 20 mil por metro quadrado. Na prática, isso equivale a imóveis com valor mínimo de, aproximadamente, R$1,8 milhão. Mas o preço não é critério para essas empresas. A Refúgios Urbanos, por exemplo, trabalha com imóveis mais baratos e, nem por isso, sem curadoria – no catálogo há imóveis de R$ 280 mil, por exemplo.
“A ideia é transformar a compra de um imóvel em um momento prazeroso”, diz o sócio-fundador da Refúgios Urbanos, Matteo Gavazzi. Na empresa, cada corretor se torna especialista em bairros específicos.
A preparação dos vendedores também é uma preocupação da Casas Bacanas. A equipe tem reuniões sobre a história da arquitetura de São Paulo, além de visitas a mostras de arte, à Bienal ou pontos de interesse arquitetônico, segundo a sócia-proprietária Monique Tonini.
Bairros
Um dos primeiros critérios das imobiliárias boutique para escolher seus imóveis é a localização. Romero, da BNSIR, fala sobre a questão. “Hoje temos um movimento, dentro dos bairros, em que há microrregiões. No Itaim Bibi, por exemplo, existem três ou quatro micro bairros, onde as dinâmicas são muito específicas. O cliente que quer morar no Itaim não necessariamente quer morar em todas as ruas ou regiões do bairro”, explica. Ele diz que o fenômeno se repete em outros locais da cidade, citando Vila Nova Conceição, Alto de Pinheiros e Moema Pássaros.
Monique, sócia do Casas Bacanas, afirma que o critério da localização é essencial no caso de empresas menores. “A gente não consegue abraçar São Paulo inteira.”
Os bairros atendidos variam de empresa para empresa – quanto mais alto o tíquete, menor o horizonte de regiões atendidas. Na Refúgios Urbanos, por exemplo, é possível procurar imóveis em 35 bairros de São Paulo. Mas a localização não é a única característica. “Tem a questão estética e o tipo de imóvel. Às vezes, ele não tem apelo estético, mas é uma casa de vila, um térreo com quintal, ou com uma vista incrível e única. Também pegamos imóveis que têm potencial, mas que precisam de reforma”, explica Monique.
Cazarin, da Axpe, destaca que não entram para o catálogo da empresa imóveis que não tenham algum diferencial. “Não entra um imóvel que pode ser rotulado como commodity. Se tem mais 300 semelhantes a esse à venda na cidade, o imóvel não entra na nossa carteira”, ressalta.
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Fonte: Estadão