Casa própria: Famílias com renda de até R$ 3.200 não conseguem financiar mais do que R$ 100 mil

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Financiamento de 100% do valor do imóvel, juros mais baixos e ampliação do prazo de pagamento do imóvel de 30 para 35 anos. As notícias animam os que sonham com a casa própria, mas as famílias com renda mensal entre R$ 1.700 e R$ 3.200 — que estão fora do grupo beneficiado pelo subsídio do “Minha casa, minha vida” — precisam caprichar no valor de entrada para botar as mãos nas chaves do lar, doce lar. Para essa faixa de rendimento, a Caixa Econômica Federal financia o valor total do imóvel desde que custe até R$ 100 mil. Esse limite torna árdua a tarefa de encontrar a sonhada moradia.

— É a renda que determina o valor máximo de financiamento. Se quiser um imóvel acima do valor concedido, será preciso pagar a diferença de entrada. Mas, apesar da carência de unidades nesse preço (até R$ 100 mil), é possível encontrar opções em alguns bairros das zonas Norte e Oeste — afirmou Nelma Tavares, superintendente regional da Caixa no Rio.

Ao ver os anúncios das facilidades na concessão de crédito imobiliário, o analista de suporte Ricardo Pedroza, de 32 anos, acreditou que tinha chegado a hora de comprar a casa própria. Por não confiar no valor de entrada sugerido pelo simulador do site da Caixa, ele foi até uma agência tentar uma negociação. Lá, descobriu que o simulador estava certo, e o sonho precisou ser adiado. Sua renda de R$ 2.400 só permitiria que ele financiasse um imóvel de R$ 70 mil.

— Eu queria continuar na Ilha do Governador, mas teria que dar mais de R$ 100 mil de entrada. Estava disposto a vender meu carro e juntar o FGTS e as economias da poupança. Mas, com a margem que a Caixa me concede, não consigo encontrar nada por perto. Eu achei que hoje estivesse mais fácil financiar — lamentou.

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O EXTRA simulou o valor máximo para cada faixa de renda até R$ 3.200. Quem ganha R$ 1.700 pode ter um imóvel 100% financiado, se encontrar uma unidade de até R$ 68.602 — dentro da modalidade de crédito com uso do FGTS.

— As condições de financiamento melhoraram. O problema é que os imóveis se valorizaram 150% nos últimos três anos — disse Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio).

100% só em 20 anos

O prazo máximo de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é de 360 meses (30 anos), mas se a Caixa financiar 100% do imóvel, o mutuário apenas poderá parcelar em 240 meses (20 anos). Ou seja, para pagar em 30 anos é preciso conceder, obrigatoriamente, um valor de entrada.

— Se o financiamento for total, somente pode haver parcelamento em 240 meses. Além disso, para usar recursos do FGTS, o mutuário não pode ter uma renda superior a R$ 5.400, ter imóvel em seu nome e a unidade não deve ultrapassar R$ 170 mil — lembra Nelma Tavares.

Interessados em residências até R$ 500 mil ou que tenham uma renda superior a R$ 5.400 podem fazer o financiamento com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Nessa modalidade, a Caixa não financia 100% do imóvel. É preciso conceder, pelo menos, 10% de entrada.

No início do mês, o banco ampliou o prazo de financiamento com recursos da poupança de 30 para 35 anos (420 meses) e reduziu as taxas de 9% para 8,85% ao ano. O juro pode chegar a 7,8% dependendo do relacionamento com o banco.

Pelas regras antigas, o mutuário financiava até R$ 267 mil. Com as novas taxas e o prazo maior, é possível tomar emprestados até R$ 280 mil. Se a pessoa tiver conta salário na Caixa, poderá ter até R$ 303 mil. Segundo José Urbano Duarte, vice-presidente de Governo e Habitação, o banco já pediu autorização ao Conselho Curador do FGTS para aumentar o prazo na modalidade.

Fonte: Extra

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