O diretor-presidente da Tecnisa, Meyer Joseph Nigri, acredita que a incorporadora lançará mais projetos imobiliários em 2017 do que neste ano. No acumulado dos nove primeiros meses de 2016, foram feitos apenas dois lançamentos, que atingiram R$ 80,4 milhões em valor geral de vendas (VGV).
Nigri ponderou, no entanto, que a perspectiva de expansão não é uma meta formal e dependerá das condições do mercado ao longo dos próximos meses. Ele comentou também que os novos empreendimentos de R$ 400 mil, enquadrados no programa Pró-Cotista, podem representar até metade dos futuros projetos, embora tenha ressaltado que o nível de incertezas do cenário macroeconômico ainda permite uma baixa visibilidade sobre os próximos passos da companhia.
“O setor imobiliário é um de mercado de oportunidades”, disse Nigri nesta terça-feira, 20, em entrevista a jornalistas, referindo-se à velocidade de vendas dos estoques, nível de confiança dos consumidores e obtenção de autorizações da prefeitura, entre outros fatores. Ele acrescentou que vê a Tecnisa como uma empresa capaz de movimentar operações (lançamentos e vendas) de R$ 500 milhões por ano futuramente, após a estabilização, considerando já a perspectiva de um mercado imobiliário mais enxuto após a crise.
Nigri disse ainda que a incorporadora iniciará 2017 numa posição mais confortável, com equalização do fluxo de caixa, redução do endividamento e perspectiva de redução do volume de distratos. “O ano de 2016 foi o mais difícil de toda a minha vida”, revelou, referindo-se aos distratos, que praticamente anularam as vendas líquidas no terceiro trimestre. “Em 40 anos de mercado, nunca tinha visto isso”, afirmou.
Por outro lado, o executivo disse estar menos otimista hoje do que na última conferência com analistas e investidores, realizada há um mês. “Achávamos que a taxa de juros fosse cair numa velocidade mais rápida, e está sendo mais lenta. Mas o importante é que a direção está mantida”, observou. “Talvez 2017 não seja tão bom quanto o esperado, mas com certeza será melhor que 2016”, avaliou.
A Tecnisa teve geração de caixa de R$ 165 milhões no terceiro trimestre de 2016, ante queima de R$ 3 milhões no segundo trimestre. A posição de caixa no fim de setembro era de R$ 172 milhões, queda de 7,7% na comparação entre os mesmos períodos. A dívida líquida totalizou R$ 998 milhões, redução de 14,4%. Com isso, a alavancagem (relação entre dívida e patrimônio líquido) caiu de 70,7% para 57,7%.