Os líderes do setor imobiliário comemoram a possibilidade de aumento do limite para financiamento de imóveis de alto padrão. Levantamento feito pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) mostra que em junho havia 1.338 imóveis com valor acima de R$ 400 mil à venda, em Salvador. Unidades que podem ter a comercialização facilitada com uma eventual mudança nas regras.
Recentemente, o governo federal anunciou a intenção de aumentar de R$ 650 mil para R$ 1,5 milhão o limite do imóvel para uso do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o uso de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para imóveis que valem até R$ 1 milhão.
“É uma outra medida que serve para incentivar o setor, mas para que haja uma retomada é preciso que os juros comecem a cair”, avalia o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos.
Independentemente de incentivos oficiais, as construtoras e incorporadoras estão se mexendo para comercializar imóveis de alto padrão, residenciais e comerciais.
Durante este fim de semana, a Odebrecht Realizações Imobiliárias está oferecendo até 30% de desconto para comercialização de imóveis em três empreendimentos: o empresarial Hangar Business, na Avenida Paralela, e os residenciais D’Azur, em Jaguaribe, e Parque Tropical, em Patamares, local em que acontece a ação especial de vendas da construtora, hoje e amanhã.
O mercado de alto padrão, aliás, tem suas histórias de sucesso. Na próxima quarta-feira, a Moura Dubeux faz um coquetel de lançamento do Mansão Caymmi, no Caminho das Árvores. O preço médio de um apartamento no prédio fica em torno de R$ 1,4 milhão. Apenas duas das 60 unidades do prédio, ainda em construção, não foram vendidas.
Presente na Bahia desde 2007, a empresa tem em seu portfólio empreendimentos de alto padrão, como os residenciais Singullare Iguatemi, no Parque Bela Vista, Riservatto e Mansão Baiano de Tênis, ambos na Graça, e o empresarial ITC, no bairro do Costa Azul.
“Estamos investindo em aquisições de terreno e com planos de novos lançamentos no mercado regional”, afirmou o diretor regional da Moura Dubeux, Fernando Arraes.
Na orla
O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), Kelsor Fernandes, também comemora a possibilidade de mudanças nos limites de financiamento. “É sempre bom e o mercado vê com bons olhos que, de alguma forma, haja uma ajuda também para o segmento de alto padrão”, afirma Kelsor.
Com um aumento na oferta de investimento e a aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos), o presidente do Secovi enxerga a orla, especialmente a região de Piatã, a Pituba, o Horto Florestal e o Morro do Ipiranga como alguns dos lugares que devem receber mais empreendimentos de alto padrão ao longo dos próximos anos em Salvador.
O vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Nilson Araújo, por sua vez, enxerga bairros tradicionais de classe média como candidatos a receber novos empreendimentos de alto padrão. “Acredito que deve aumentar a valorização da Barra e da Graça”, destaca.
A proposta de aumento dos limites de financiamento de imóveis está sendo discutida pelos bancos e pelos empresários do setor imobiliário juntamente com o Banco Central do Brasil e espera-se que uma definição ocorra ainda este ano. Desde o último mês de julho, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem mantido contato com o governo federal para pleitear medidas que ajudem a reaquecer o mercado.
Já foram anunciadas, entre outras coisas, o aumento do limite de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida para R$ 3 milhões e aumento nas cotas de financiamento para até 90% do valor do imóvel. A medida mais aguardada, entretanto, é a redução dos juros.
Fonte: A Tarde UOL