Na média, o preço dos imóveis no país subiu 1,32%, mas como a inflação foi maior, em termos reais, teve uma redução de 8,5%.
Em 2015 o preço dos imóveis no Brasil subiu menos do que a inflação. Mesmo assim, pela primeira vez em 15 anos, teve mais gente interessada em alugar do que em comprar.
Se o seu projeto de ano novo é vender aquele imóvel: boa sorte. Porque se continuar como no ano passado, vai ter menos gente disposta a comprar. É que não está fácil.
“Falta de recurso pro financiamento, dificuldade pra pessoa obter o crédito, desemprego, juro mais alto e uma insegurança muito grande no futuro. A pessoa não sabe como vai ser o futuro, fica com medo de não poder pagar e aí deixa de comprar”, explica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci.
Os proprietários sentiram a crise e já consideram propostas de compra que antes eles nem responderiam.
“Vai procurar um imóvel R$ 800 mil, na verdade, já acha que deveria pagar por aquele imóvel R$ 650 mil, R$ 700 mil, a gente está levando essa proposta pra conversar com o proprietário”, diz o corretor Sérgio Luiz Malagrana.
Esses descontos foram sentidos por uma pesquisa que acompanha o preço de venda de imóveis pela internet. Todas as 20 cidades brasileiras que fazem parte da pesquisa tiveram variações nos preços de imóveis abaixo da inflação. São Paulo, por exemplo. Em Belo Horizonte e no Recife, não teve mudança. Mas no Rio e em Brasília, eles caíram.
Na média, o preço dos imóveis no país subiu 1,32%, mas como a inflação foi maior, em termos reais, teve uma redução de 8,5%.
A mesma crise que derrubou as vendas, mexe o mercado de alugueis. Só que, nesse caso, está aumentando os negócios. Gente que queria comprar, desistiu, agora procura um imóvel pra locação. E famílias que já alugavam estão mudando de endereço.
Jornal Nacional: As pessoas estão indo morar onde?
José Augusto Viana Neto, presidente do Creci: Periferia, comunidade favelas, volta pra casa do pai, volta pra casa do irmão e assim vai.
É a primeira vez desde 2000 que a procura no portal de imóveis Zap está maior pra aluguel do que pra compra. Até 2014, de cada dez pessoas, quatro procuravam anúncios de aluguel e seis, de compra. No ano passado, inverteu, seis queriam alugar e só quatro, comprar.
E mesmo assim, o aluguel está mais barato.
“É que muitos proprietários que têm dificuldade em vender seus imóveis. Gostariam de vendê-los, estão encontrando situação de preço mais difícil acabam colocando imóvel pra alugar. Então aumenta a oferta de imóveis pra alugar e o preço do aluguel cai ainda mais”, explica o economista Raoni Costa.
Giovani Nunes quer aproveitar essa onda. Ele paga R$ 1,8 mil de aluguel e está procurando uma casa maior, por R$ 1,5 mil.
“É o que eu pretendo. Começar o ano melhor, mais instalado e pagando menos”, comenta.
Fonte: G1