Você acorda de manhã, pergunta à Alexa como está o tempo lá fora, e aproveita para verificar como está o trânsito. Talvez, peça à ela para diminuir um pouco a iluminação do quarto. Que admirável mundo novo esse que vivemos, onde a tecnologia a cada dia fica mais complexa para tornar nossa vida mais simples e mudando também o mercado imobiliário .
Da mesma forma, o mercado imobiliário está sendo moldado pela mudança das condições do mercado e do comportamento do consumidor. Sem mais delongas, aqui estão as 4 principais tendências de tecnologia imobiliária para ficar de olho nos próximos anos:
4/ Inteligência artificial
Chatbots, machine learning e robôs. Para quem cresceu fã de ficção científica como eu, os avanços na área da inteligência artificial são como um sonho. Ou um pesadelo, se lembrarmos da Skynet, da série Exterminador do Futuro.
Mas, deixando as telas de lado, a inteligência artificial está se tornando cada vez mais presente no mercado imobiliário, seja em doses homeopáticas, através do uso de chatbots, auxiliando no processo de financiamento, ou na compra de mídia através de algoritmos. E o melhor: ela está ficando acessível a quem quiser usar.
Longe das temidas distopias da literatura, as IAs são as queridinhas do momento e têm ajudado cada vez mais empresas a agilizar seus processos operacionais, fazer investimentos com uma previsibilidade de risco mais assertiva, e a resolver problemas de seus clientes, como, por exemplo, encontrar a casa do sonho de forma mais rápida, através de uma análise de dados profunda que vai além do metro quadrado, dormitórios e vagas.
Nos próximos anos não haverá setores intocados pelas Inteligências Artificiais e o mercado imobiliário não é diferente. E, se existe algo para se incorporar no plano de negócios e investimentos para os próximos anos, é a incorporação das IAs ao negócio, mesmo que de forma gradual.
3/ Big Data
Recentemente, fui a um evento onde um dos palestrantes era o Romeo Busarello, Diretor de Marketing da Tecnisa e um dos mais reconhecidos profissionais do mercado. Nessa palestra ele disse algo muito importante, que vou parafrasear com certa liberdade poética, por não lembrar exatamente a ordem das palavras, mas foi algo do tipo:
“A época das big ideas acabou. Estamos na era do Big Data”.
Como disse, existe alguma (muita) liberdade poética na frase acima, mas o conceito está fiel à mensagem que ele tentava passar: em um mundo de algoritmos que possibilitam uma melhor compreensão do comportamento humano, não existe mais espaço para “achismos”.
Achismos são dispendiosos, tanto em recursos financeiros quanto humanos e, por esse motivo, nunca foi tão importante compreender sua audiência. Para isso, não existe lugar melhor para começar do que um CRM bem estruturado que poderá ser escalado e seus dados enriquecidos com o passar do tempo.
2/ Blockchain
A maioria das pessoas quando escuta “blockchain” lembra das criptomoedas como Bitcoin, Ethereum, Litecoin e outras. Em geral, lembram também do dinheiro que ganharam (ou perderam) investindo nelas.
Além possibilitar a compra ou aluguel de um imóvel com criptomoedas, o blockchain funciona, essencialmente, como uma “certificação digital” ou “banco de dados” (aspas enormes, para não ofender por nenhum especialista no assunto) que registra todas as transações, sem a necessidade de um órgão centralizador que faça uma verificação futura, como um banco… ou um cartório.
Basicamente, o uso do blockchain significa uma redução imediata de custos legais e um processo de verificação da documentação muito mais rápido, passando de semanas para, no máximo, horas. Sem falar que essa tecnologia traz uma evolução significativa a um mercado onde o tema “transparência” sempre foi um calcanhar de aquiles.
Parece um sonho distante? A Suécia já fazia testes na área em 2016, enquanto a organização britânica HM Land Registry concluiu recentemente o primeiro piloto na área. Para conhecer algumas startups estrangeiras que buscam desenvolver a área, basta clicar aqui. E para se aprofundar um pouco mais no assunto, aqui.
1/ A era das Proptechs
Alimentada pelo sucesso de pioneiros como The We Company, Airbnb, Compass e OpenDoor, a confiança em formatos inovadores para o mercado imobiliário está mundialmente em alta.
Isso significa que os fundos de investimento de capital de risco estão fomentando em larga escala o financiamento de proptechs, empresas voltadas para o desenvolvimento de soluções para o mercado imobiliário. Para se ter uma ideia, apenas entre Janeiro e Abril de 2019 o valor levantado pelo setor chegou na casa de impressionantes US$ 1,9 bilhões.
Esse crescimento no investimento não só abriu o caminho para uma nova onda de startups de proptech, mas também acelerou a taxa de disrupção setor. Basicamente, as proptechs mais recentes agora têm os meios para crescer exponencialmente, enquanto empresas de tecnologia já estabelecidas conseguiram o capital e a credibilidade para ingressar em novos mercados.
Bem, quando falamos em proptechs, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas é, quase sempre, uma quebra do paradigma no papel das imobiliárias e corretores no processo de intermediação, porém, nem todas startups pensam assim. A Compass, por exemplo, aposta num formato mais “tradicional”, com corretores e remuneração comissionada, mas investe boa parte de seus recursos em desenvolvimento de tecnologia proprietária.
Na verdade, existe um ecossistema enorme sendo explorado, que inclui desde empresas operando em modelos iBuyer, como a Opendoor e a brasileira Loft, a outras iniciativas que buscam resolver problemas distintos no mercado, como o crédito imobiliário, seguro fiança, segurança de dados, realidade virtual e aumentada etc. Há pouco tempo, até a Amazon anunciou que estava entrando no mercado imobiliário residencial.
Com o mundo se movendo em um ritmo tão assustadoramente rápido, a única coisa que você pode fazer é estar preparado para a mudança inevitável, promovendo uma cultura de inovação e melhoria contínua. Embora seja fácil ser complacente e seguir fazendo o que sabemos fazer, aqueles que são ágeis e abertos a novas tecnologias terão alguma vantagem competitiva.
Por: Ronzi Zacchi
Diretor de Projetos | Marketing | Design de Serviços
Fonte: Linkedin