A cada dia, cinco novos corretores no mercado

Uma profissão para muitos. Graças ao boom do mercado imobiliário no país, essa é a situação da atividade de corretor de imóveis atualmente. No Distrito Federal, realidade idêntica está presente de forma ainda mais acentuada. No ano passado, o número de corretores que ingressaram no mercado local cresceu 21,98%, mais de sete pontos acima da média nacional, que ficou em 13%. É como se a cada dia de 2010, cinco novos profissionais tivessem se registrado. O ano passado terminou com 9.834 profissionais trabalhando no mercado. Em 2011, de janeiro a agosto, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis local (Creci-DF) contabilizou 12,5 mil vendedores em atividade.

Os dados sobre o crescimento do mercado local de corretores fazem parte de pesquisa do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci). João Teodoro da Silva, presidente da entidade, acredita que o fluxo de novos profissionais deve manter-se nos próximos anos, mas em um ritmo bem menos acelerado do que o atual.

Popularidade

“A tendência é estabilizar daqui para a frente, pois há um limite para a expansão. A própria construção civil dá sinais de desaceleração. Mas deve continuar crescendo, até porque há carência de mão de obra. A média nacional de crescimento antes do boom era 8%, e ela deve ser retomada”, avalia Silva, que compara o mercado local de corretores ao dos Estados Unidos. “Nos EUA, há 1,5 milhão de corretores. No Brasil, apenas 220 mil, sendo que há uma demanda enorme por imóveis. Há espaço para mais profissionais.”

A profissão de corretor de imóveis está tão popular que atrai pessoas anteriormente vinculadas a áreas alheias. É o caso de Suely Pereira Lima, 49 anos, e Paulo Vicente Pereira, 58. Pela idade, alguém pode pensar que eles são antigos no negócio. Mas Suely, ex-bancária, fez sua estreia no ramo da corretagem há um ano e três meses. Paulo, ex-comerciante, tem um ano na atividade.

“Trabalhei em banco por 18 anos e saí em um programa de demissão voluntária. Procurei emprego na área financeira de uma empresa e me disseram que, no momento, só havia vagas na corretagem. Investi e me envolvi tanto que não quis sair”, conta Suely. Paulo também quis tentar a sorte. “Fechei o meu comércio e um amigo que atuava nesse mercado me chamou para trabalhar com ele. Resolvi arriscar”, diz.

Formada há pouco tempo em administração de empresas, Carolina Rodrigues França, 23 anos, tirou seu registro no Creci há três meses. Ela seguiu a sugestão do pai, também corretor, de ingressar no ramo a fim de juntar dinheiro. “Depois, pretendo investir em concurso público”, conta.

Hermes de Alcântara, presidente do Creci-DF, elenca fatores que, na visão dele, contribuem para que no DF o ingresso de corretores na praça supere o do Brasil. “Aqui, há uma demanda reprimida por imóveis. Por questões fundiárias e falta de terrenos, a quantidade ofertada não atende à procura. A disponibilidade de financiamento fez o número de aquisições saltar”, afirma.
 
Cenário

12,5  MIL
Número pessoas comCreci em atividade no Distrito Federal
21,8%
Crescimento da quantidade de profissionais entre 2009 e 2010
13%
Aumento nacional do número de corretores em igual período

“Nos EUA, há 1,5 milhão de corretores. No Brasil, apenas 220 mil, sendo que há uma demanda enorme por imóveis. Há espaço para mais profissionais”

 João Teodoro da Silva, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci)

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