“Para compra de veículos, 2011 será um ano mais complicado por conta das medidas de restrição ao crédito, anunciadas recentemente pelo BC. O custo do crédito será maior”, afirma a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio), Kelly Carvalho. Na avaliação dela, comprador de veículo, no próximo ano, terá que dar uma entrada maior e a taxa de juros também será maior.
Já para o presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, Reinaldo Domingos, os juros praticados pelo comércio de veículos – que estavam em torno de 1,5% e 1,6% – devem subir para 2,5%. “O governo fez com que a pessoa que quer financiar um automóvel em 36 meses tenha de pagar 20% de entrada, 30% no caso de 48 meses e 40% para 60 meses”.
Além das medidas de contenção de crédito, o possível aumento da taxa básica de juros (Selic) em 2011 – tida como certa por analistas – também deve estragar os planos de quem pretende trocar de carro. “Espera-se que a taxa Selic chegue a 12,25% (ao ano), no final de 2011, ante os 10,75% atuais. Essa elevação causará elevação da taxa de juros do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e, portanto, aumentará os juros para financiamento de automóvel”, avalia o diretor do Instituto de Estudos Financeiros (IEF), Edno Oliveira.
Na visão de Oliveira, a alta da Selic, no entanto, não deve ter impacto direto sobre o valor do financiamento de imóveis. Mas não há motivos para o consumidor se animar muito, já que o reaquecimento do mercado imobiliário brasileiro observado no ano de 2010 deve fazer com que os compradores encontrem preços elevados. Por sua vez, a economista Kelly, da Fecomercio, vê um cenário melhor: “os imóveis estão mais caros, mas há uma série de lançamentos previstos para 2011, o que pode ser interessante para quem quer comprar a casa própria”.
Recomendações
Quem, apesar da piora nas condições de crédito e prazo para aquisição de veículos, ainda for comprar seu veículo no ano que se inicia, a recomendação dos economistas é evitar financiamentos muito longos, acima de trinte e seis meses (três meses) e tentar dar um valor alto de entrada no financiamento.
Domingos, diretor do Dsop, lembra ainda a necessidade de colocar na ponta do lápis, além do valor da prestação do veículo, os gastos com combustível, seguro e manutenção, para ter uma previsão de gastos realista e não se afundar em dívidas.
Para a aquisição de imóveis, Kelly lembra a importância do planejamento financeiro, recomenda uma entrada entre 30 e 40% do valor total do bem – para diminuir o valor das prestações – e não comprometendo mais de 20% da renda mensal com as parcelas.
Fonte: Jornal do Brasil